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Casa inteligente: da ficção para a vida real

07/08/2020 - Schayla Jurk

Você lembra dos Jertsons? Caso tenha menos de 30 anos dificilmente ouviu falar, mas a geração dos anos 1980 cresceu em frente à televisão vendo o desenho da família que vivia numa realidade com tudo automatizado dentro de casa. A imaginação das crianças rapidamente levava para o futuro, mas agora boa parte daquilo que estava na animação já é conjugado no verbo presente. Isso porque usar o celular no escritório para ligar a luz de casa ou abrir as cortinas da sala são ações totalmente possíveis. “Ter uma casa inteligente significa que a casa entende as rotinas nos ambientes e automatiza esses processos por meio de tecnologias que integram, iluminação, Home Theater, som ambiente, climatização, cortinas e persianas, etc...”, explica João Paulo Oliveira, proprietário da Audio System. 





A tecnologia mudou a maneira de viver fora e dentro de casa. A automação já é um estilo de vida e possibilita experiências de conforto e bem-estar todos os dias. Afinal, com um toque no celular a gente já consegue comandar a casa com sistemas simples programados para determinados ambientes. Com a pandemia essa facilidade é ainda mais significativa e segura. A quarentena faz repensar prioridades, a forma de lidar com trabalho e estudos, hábitos de higiene, alimentação, rotina de exercícios e até mesmo a solidão. “Em casa, as tarefas diárias demandam tempo e são necessárias para cultivar um ambiente aconchegante e prático. Com as soluções certas, é possível automatizar processos e tarefas complexas do dia a dia para otimizar o tempo de toda a família”, conta Diego Angoneze, proprietário da NeoHome. Neste novo sentido otimizar a casa é uma forma inteligente, segura e econômica de utilizar os dispositivos.




No Brasil existem mais de 200 milhões de smartphones conectados. Aproveitar todas as funcionalidades dos dispositivos eletrônicos traz possibilidades que superam limites e benefícios de uma casa inteligente. “Se a automação detecta que vai chover, baseando-se em sistemas de meteorologia compatíveis, ela automaticamente manda comando para que as persianas externas das janelas se fechem evitando assim que o cliente tenha chuva adentrando nos cômodos, mesmo que não esteja em casa”, conta João. Na automação residencial, os moradores podem optar por ligar e desligar a iluminação, regular o ar condicionado de acordo com a temperatura do ambiente, que é programada através de sensores inteligentes, ligar um sistema de aspiração central para fazer a limpeza e até adicionar comandos de voz para configurar dispositivos.




O processo de tornar a casa inteligente já começa na porta de entrada, usando apenas a digital. As fechaduras eletrônicas facilitam a vida de moradores e são um recurso importante em tempos e pandemia para evitar o contato com superfícies. Esse é apenas o princípio de uma centena de possibilidades para automatizar a rotina. É por meio da arquitetura domótica –domus (casa) e robótica- que diversas soluções em tecnologia são trabalhadas de modo integrado com a finalidade de tornar as atividades do dia a dia mais práticas. O tempo de passar em cada ambiente da casa para checar, por exemplo, se as luzes estão apagadas e o ar condicionado desligado acabou!”, comenta Silvia do Amaral, proprietária da B.One. Isso porque praticamente quase todas as tarefas domésticas e que estejam relacionadas à estrutura das residências podem hoje ser automatizadas.




A casa inteligente surge com soluções que são classificadas em três níveis de integração e configuração. O IOT- Start é cada vez mais comum e disponível no mercado. O denominado sistema ‘do it yourself’ não demanda de uma preparação de infraestrutura e é possível utilizar apenas a rede wi-fi da sua casa. Diego avalia que embora funcionem bem em pequenos espaços ou apartamentos menores (lofts), são limitados a rede de internet existente, dependem da disposição dos cômodos, tamanho da casa ou apartamento, barreiras físicas entre outros pontos que podem afetar na entrega das funcionalidades.






O segundo nível é Standard exige infraestrutura preparada para receber automação, mesmo que pequena. Com este sistema já é possível integrar iluminação, persianas/cortinas, climatizadores, áudio e vídeo. “São equipamentos que trabalham com um protocolo específico, centrais e softwares mais dedicados, conseguindo entregar um resultado bem satisfatório a um custo-benefício ótimo”, destaca Diego. Com um sistema de automação, todas as ações são realizadas, apertando apenas um botão. “As residências ou edifícios atuais já possuem diversas redes destinadas às inúmeras aplicações, onde uma rede separada e independente é utilizada para cada funcionalidade”, enfatiza Liliane Gaspar Scholz, proprietária da Supreme. 






A experiência de uma Casa Inteligente e totalmente integrada surge no nível Premium. Diego reforça que o projeto é criado por especialistas em automação, a infraestrutura considera todos os ambientes da casa ou apartamento, os produtos e softwares são robustos e capazes de integrar a grande maioria dos sistemas da casa. “Ao optar por um sistema de automação, o especialista fará uma compatibilização de todos os equipamentos que irão ser automatizados. Depois é necessário fazer a preparação do local, que é posicionar os cabos e integrar todos os equipamentos para receber os respectivos módulos de acionamento”, explica Liliane Gaspar Scholz. Este é o caminho para a instalação do sistema. 





E assim, piscando já estamos vivendo um pouco na era dos Jetsons com a automação trazendo conforto e praticidade do morador. Conseguimos acender as luzes de casa sem precisar levantar do sofá, a tv desce do teto, a segurança de casa está na palma da mão. “Configurando ‘cenas’ para os ambientes, a automação permite controlar a qualidade dos ambientes, ajustando a temperatura, música, intensidade e cor de luz (tudo isso de forma presencial ou então, remota) tornando-os perfeitos para cada momento”, reforça Silvia. Afinal, “uma casa inteligente não muda a forma de morar, mas ela otimiza os processos e torna essas rotinas muito mais confortáveis e com certa autonomia, afim de melhorar a experiencia sempre visando diminuir a interação do cliente nas tarefas simples, porém corriqueiras no que diz respeito a operacionalidade da casa”, evidencia João. 



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