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25 obras-primas da arquitetura

04/02/2022 - Schayla Jurk

A Casa Luis Barragán, construída em 1948, tem o status de uma das obras arquitetônicas contemporâneas mais importantes mundialmente. O título surgiu com um reconhecimento da UNESCO em 2004 com a inclusão na lista do Patrimônio Mundial. A justificativa está no conceito de uma obra-prima que evidencia o desenvolvimento do movimento moderno com a integração dos elementos tradicionais e vernaculares. Este é o único edifício individual na América Latina que alcançou essa distinção e também ocupa a primeira posição da lista do New York Times sobre as 25 obras-primas mais significativas da arquitetura erguidas no pós-guerra. 






Uma seleção que tem um representante brasileiro: o conjunto de prédios que abriga a unidade Sesc Pompéia. A obra criada pela arquiteta ítalo-brasileira Lina Bo Bardi (1914-1992), entre as décadas de 1970 e 1980, erguida no terreno de uma antiga fábrica de tambores é patrimônio cultural pelo Iphan. A construção começou em 1982 e o prédio foi inaugurado em 1986. “Reduzida a dois pedacinhos de terra, pensei na maravilhosa arquitetura dos fortes militares brasileiros, perdidas perto do mar ou escondidas em todo o país. Surgiram assim, dois blocos, das quadras e piscinas e do vestiário. No meio a área não edificante e como juntar os dois blocos? Só havia a solução aérea, onde os dois blocos se abraçam através de passarelas de concreto. Espero que o conjunto do Sesc Pompeia seja feio, muito mais feio que o Museu de Arte de São Paulo (Masp) ", dizia a arquiteta.




Na lista divulgada pela publicação norte americana no ano passado o júri composto por sete arquitetos justificou a escolha do Sesc Pompéia pelo fato da arquiteta ter mantido a estrutura original da fábrica. A concepção de Lina ter trabalhado a ressignificação de estruturas industriais trouxe uma inovação para época e transforma o prédio numa construção referência arquitetônica mundial. “Uma obra-prima que segue cumprindo seu propósito original, contendo teatro, refeitório e espaço expositivo, além de espaços abertos que dão espaço para respirar em uma metrópole apertada”, destaca o trecho pulicado no New York Times.




O Sesc Pompéia tem até um apelido, criado pela arquiteta Lina Bo Bardi. É a cidade da liberdade que ressalta o clima tranquilo do prédio com teatro, quadras poliesportivas e café, traduzindo o conceito de um espaço de multiplicidade de atividades. A estrutura tem dois blocos de concreto aparente que são interligados por quatro níveis de passarelas que levam aos quatro ginásios poliesportivos. O Sesc Pompéia idealizado por Bo Bardi ocupa a  18º posição na lista e representa um importante exemplo brasileiro das obras arquitetônicas do pós-guerra no mundo.




Veja a lista completa das 25 obras-primas da arquitetura elencadas pelo New York Times:

1. Casa Luis Barragán, na Cidade do México (1948)

 

2. Casa Farnsworth, de Ludwig Mies van der Rohe, em Plano, (Estados Unidos, 1951)

 

3. New Gourna Village, de Hassan Fathy, em Luxor (Egito, 1952)

 

4. Câmara Municipal de Säynätsalo, de Alvar Aalto, em Jyvaskyla (Finlândia, 1952)

 

5. Edifício Seagram, de Ludwig Mies van der Rohe, em Nova York (1958)

 

6. Prefeitura de Kagawa, de Kenzo Tange, em Takamatsu (Japão, 1958)

 

7. Renovação da Fundação Querini Stampalia, de Carlo Scarpa, em Veneza (1959)

 

8. Convento Sainte-Marie de La Tourette, de Le Corbusier, em Éveux (França, 1960)


9. Escola de Artesanato Haystack Mountain, de Edward Larrabee Barnes, em Deer Isle (Estados Unidos, 1961)

 

10. Salk Institute de Pesquisas Biológicas, de Louis Kahn, em La Jolla, (Estados Unidos, 1965).


11. Biosfera de Montreal, de Buckminster Fuller (1967)


12. Edifício da Johnson Publishing Company, de John W. Moutoussamy, em Chicago (1971)

 

13. Ópera de Sydney, de Jorn Utzon (1973)


14. Estação de Esqui de Les Arcs, de Charlotte Perriand, em Savoie (França, 1974)

 

15. Casa Van Wassenhove, de Juliaan Lampens, em Sint-Martens-Latem (Bélgica, 1974)


16. Centre Pompidou, de Renzo Piano e Richard Rogers, em Paris (1977)

 

17. Indian Institute of Management, de Balkrishna Doshi, em Bangalore (Índia, 1983)


18. Sesc Pompeia, de Lina Bo Bardi, em São Paulo (1986)

 

19. Termas de Vals, de Peter Zumthor, em Vals (Suíça, 1996)

 

20. Escola Primária Gando, de Francis Kéré, em Gando (Burkina Faso, 2001)


21. Campus Central da Academia de Arte da China, de Wang Shu e Lu Wenyu, em Hangzhou, China (2007)

 

22. Mesquita de Bait Ur Rouf, de Marina Tabassum, em Daca (2012)


23. Série ‘Color(ed) Theory’, de Amanda Williams, em Chicago (2014-2016)

 

24. Grand Parc (transformação de 530 unidades habitacionais em Bordeaux), de Lacaton & Vassal, Frédéric Druot e Frédéric Druot e Christophe Hutin (França, 2017)

 

25. Estação Espacial Internacional, vários designers, órbita da Terra (1998-2011, ainda em andamento)

 

Fonte e fotos: The New York Times, G1, SESC SP, R7 e Casa Luis Barragan

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