12/03/2021 - Roberta Dietrich
Segundo estatística do NCD – Núcleo Catarinense de Decoração – quase 85% das 164 lojas associadas têm mulheres a frente da gestão. Em 57 casos, as marcas são administradas apenas por elas. E em apenas 15% dos casos apenas homens respondem pelas lojas. Entre os profissionais de arquitetura e design cadastrados no sistema NCD mais da metade também é de mulheres e um estudo do CAU (Conselho de Arquitetura e Urbanismo) em breve elas vão responder por ¾ dos registrados no Conselho. Apesar de ser um universo historicamente feminino, o empreendedorismo nesse setor destaca-se pela presença feminina.
O percentual de aberturas de empresas por mulheres passou de 18%, em 2016, para 25% em 2019. No NCD são quase 35% das lojas. Elas estão também nos cargos representativos da entidade. Dos 20 membros da diretoria quase metade é composta por mulheres. “Ainda temos o desafio de ocupar mais espaços na diretoria, mas como a mulher ainda cumpre jornada dupla no negócio e em casa nem sempre consegue dedicar tempo para um cargo eletivo”, destaca a vice-presidente do Núcleo Catarinense de Decoração, Flavia Lole.
Outro destaque estatístico em nível Brasil é que
entre os empreendedores as mulheres são quase dois anos em média mais novas e
têm cerca de 16% mais escolaridade. Porém ainda faturam 22% a menos do que os
homens. Por outro lado, no universo da arquitetura as mulheres dominam o
mercado. “A cada passagem de década agregamos funções e somamos maturidade e
por isso vamos aprendendo a lidar cada vez mais com as situações, os problemas
e os imprevistos. Não carrego carga por ser mulher, apenas orgulho e uma
satisfação enorme por fazer tudo que faço de vestido e salto alto”, declara a
arquiteta Vanessa Schmidt.
Entre os profissionais de
arquitetura 63,5% são mulheres no país. Também são maioria entre estudantes das
escolas de arquitetura. “Acho que as mulheres são essenciais para os negócios,
pensamos mais rápido... Agimos com mais segurança!”, assegura a lojista Lilian
Sossanovicz. Ela criou a empresa e assim que a ideia deu certo o marido passou
a fazer parte do time nos setores financeiro e de RH.
A arquiteta Mariana Pesca entende que, diferente de outras profissões, a
arquitetura tem uma sensibilidade muito feminino. “Tem muito a ver com o senso
estético, com o conhecimento do lar como instinto da mulher e por isso a
atividade favorece nosso gênero, não é raro os clientes preferirem uma mulher
como arquiteta porque vivemos as dores do dia a dia das casas e das famílias”,
explica Mariana Pesca.
Para arquiteta Rachel Dall’Agnoll “ser mulher é entender que posso alcançar
tudo que desejo, mas também, entender que não preciso ser a mulher maravilha
sempre, que suporta tudo. É enxergar que posso viver cada momento sem me
torturar por chegar no meu limite e não ir além”.
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