05/07/2024 - Comunicação NCD
Tudo evolui e muda. O tempo transforma os espaços e estilos
da arquitetura. Ao longo dos anos a mudança no conceito das casas também vai
muito além das transformações dos ambientes. A arquitetura traz a delicadeza e
conforto para uma fase importante da vida e ressignifica a rotina dos idosos
com soluções e possibilidades seguras e confortáveis.
Atualmente, a população idosa no Brasil representa
32.113.490 habitantes. Os dados Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística
de 2022 trazem à cena cotidiana um panorama de que a população com mais de 60
anos representa 15% de todas as faixas etárias do país. Os estudos indicam um
crescimento gradual na transição do número de idosos em ritmo acelerado e com a
projeção de superarem em 2031 a população de jovens e crianças no Brasil.
A velocidade do predomínio do grupo etário acima dos 60 anos
no Brasil indica que essa é a geração do futuro. Um público consumidor de
arquitetura e design com exigências específicas e necessidades de cuidado no
processo criativo que facilitem a rotina. Os dados do Instituto Locomotiva
revelam que os idosos representam 20% do consumo no país e movimentam em média
um trilhão de reais por ano. Por isso, o sentido de morar bem tem recursos
arquitetônicos que proporcionam conforto e qualidade de vida.
É neste contexto que a geroarquitetura, a arquitetura da longevidade, direciona a reflexão e as soluções para o envelhecimento. É um processo de preparar a casa para uma população idosa trazendo importantes ferramentas para o cotidiano e a execução de tarefas diárias. O papel da arquitetura neste processo tem respaldo na proposta de uma arquitetura que reúne moradia e saúde com proteção e independência para a população longeva do país.
Um conceito de projetar que também leva em consideração as
mudanças relacionadas ao envelhecimento que atingem ao amplo espectro
biopsicossocial, com marcantes nuances que exigem conhecimentos específicos e
são decifradas no Tratado de Geriatria E Gerontologia, uma obra escrita por
Elizabete Viana de Freitas, Ligia Py. O estudo traz uma importante análise
sobre essa última fase da vida considerando desigualdades sociais no Brasil,
Biodireito, economia da longevidade, conceitos de tempo em Gerontologia,
população negra e cidadania, Idoso rural, velhice LGBT, educação financeira,
imunidade, imunização e covid-19, Medicina nuclear em Geriatria e telemedicina.
Estudos que indicam caminhos para uma arquitetura para uma velhice com mais
saúde e com mais prazer.
Os espaços criados para os idosos traçam possibilidades para
uma vida ativa com propostas que reestruturam o conceito de habitação como
proposta pelo arquiteto alemão Matthias Hollwich, palestrante do NCD Summit e
autor do livro New Aging: Live Smarter Now to Live Better Forever. A obra “Viva
mais e traga mais controle, significado e alegria para todos os seus dias” traz
a proposta de ressignificar os conceitos que associamos ao envelhecimento e
jogá-los pela janela. “Com conselhos que vão desde dicas práticas de design
para tornar sua casa mais segura e confortável até ideias instigantes sobre
como trabalhamos, relaxamos e interagimos com nossos vizinhos e até mesmo como
comemos” Hollwich propõe, por exemplo, apartamentos com duas portas de entrada
e espaços conectados com a intenção de oferecer uma casa para um idoso morando
com um familiar ou um cuidador. Além disso, o arquiteto alemão também sugere
que as mudanças pequenas e simples sejam aos 40 anos, para não exigir grandes
mudanças aos 70 anos.
À medida que o ser humano envelhece, apresenta dificuldades
locomotoras e também sensoriais em diferentes níveis e graus conforme o avanço
da idade que direcionam o planejamento dos espaços. Uma transformação na
estrutura arquitetônica para“envelhecer na própria casa” com segurança e autonomia.
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