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Qual será o mundo após o coronavírus?

17/04/2020 - Equipe NCD

A pandemia do coronovírus vai provocar transformações permanentes em todas as esferas da vida. A necessidade de uma quarentena com restrições de deslocamento e convivência despertou um distanciamento histórico, mas aproximou a humanidade numa compreensão coletiva dos acontecimentos. A maioria almeja retomar a vida de antes e continuar habitando o mundo da maneira que conheceu, mas será que ainda existe aquele modelo de rotina? Quais são os sinais de que tudo será transformado e um novo normal está diante da gente? Especialistas que compartilharam o conhecimento nas diversas lives do NCD, desde o começo da quarentena, revelam as oportunidades para valorizar as mudanças que serão permanentes daqui para frente. 


Retrato Econômico

Luis Lobão- professor de Estratégia e Governança da HSM Educação Corporativa e  Conselheiro de Empresas Certificado pelo IBGC

 

A pandemia do coronavírus vai mudar completamente as relações de consumo no mundo. Estamos diante de um problema de saúde e a corrida é contra o tempo para salvar vidas, mas o mercado também precisa de ferramentas para enfrentar as consequências do vírus. Luis Lobão conta que a trajetória começa com um evento negativo em que os mercados entram em pânico, o Governo também entra em pânico e a partir desse estágio começam as ações para o enfrentamento da crise. Essa é a fase 1 em que a população consome muito determinado produto, gerando rupturas e que causam desabastecimento. Essa atitude causa um efeito rebote que diminui o consumo nesse determinado mercado. “A partir desse estágio há uma série de movimentos que precisamos reconhecer e as mudanças nas prioridades dos orçamentos das famílias. A tendência é uma mudança real dos comportamentos”. Nesse momento pessoas que tem o hábito de almoçar fora ou fazer uma festa vão diminuir a frequência ou até abandonar de vez esses costumes. Esse será um calibrador para estabelecer as estratégias para a retomada dos setores.  Lobão acredita que 3 meses são suficientes para muitos hábitos deixarem de existir. Nessa fase da pandemia o e-commerce, por exemplo, passou a ser o hábito tradicional. Nesse momento as organizações terão que olhar estrategicamente para o comércio eletrônico. Muitos trabalhadores que vão para o Home Office continuarão nesse sistema para preservar a saúde ou porque melhora a produtividade. “Tudo que está ligado a sustentabilidade levando em consideração a diminuição de renda faz todo sentido. Temos que mudar radicalmente as nossas fontes de contato com os clientes, cobertura de mercado e capacidade de comunicar com os consumidores”. Há uma mudança forte que exige ‘estar perto’ do cliente, além dos meios presenciais. O consumo vai mudar na fase 2 e 3 e estará atrelada ao impacto social. As empresas solidárias agora terão isso capitalizado na marca. A capacidade de engajar os colaboradores nessa ação será um diferencial. A retomada do varejo tradicional acontecerá numa terceira fase da pandemia e será importante que os setores começarem a reinvenção total na fase 2, logo após o pico da pandemia. Lobão afirma que esse momento é crucial para preservar o capital humano para a retomada e apostar na relevância da empresa e a necessidade de ações conjuntas que são embasadas no NCD. “Você se tornar relevante nesse momento e na comunicação é criar uma rede de consumo com um trabalho conjunto usando o marketing de associados”.

 

 

 

Colaboração

 

 

 Adriana Piva – arquiteta

 


Marcos Luz – lojista Regional Vale



Sabrina Hoffmann – coordenadora nacional de marketing e relacionamento da Docol


 

A chegada de um vírus  acelerou uma transformação nas cadeiras colaborativas trazendo o desafio de reinventar processos, criar novas trajetórias e produzir muito mais para o mercado nacional. “Não dá para esperar e temos que tomar decisões rápidas. Isso a gente aprendeu com o varejo”, relata Sabrina Hoffmann. Afinal, a Docol tem 2000 mil colaboradores, 1500 pontos de vendas em 40 países. Diante do cenário de uma pandemia a primeira estratégia da empresa consistiu na criação do comitê anti-Covid para estruturar os impactos e as próximas ações. Nesse momento a empresa está mais estruturada nas demandas sociais. Numa ponta dessa cadeira colaborativa está a loja da Portobello Shop de Blumenau. Marcos Luz define que o fechamento imediato criou um impacto porque tem vendas que só acontecem quando o cliente tem a possibilidade de sensações com o atendimento presencial. O custo de um ponto de venda também é um fator que assusta com um decreto de loja fechada, mas tudo isso cria uma necessidade urgente de “repensar, analisar e criar novas relações de mercado”, diz Marcos. Hoje, o lojista analisa a possibilidade de criar um e-commerce ou montar um showroom itinerante, possibilidades que a crise trouxe e fazem repensar o negócio. Na outra ponta da cadeia colaborativa está a arquiteta Adriana Piva que acredita na pandemia como válvula propulsora que alavancará ainda mais a preocupação com a qualidade do produto. Sabrina afirma que este é o momento de capacitação para entender o mercado e superar essa fase. “O consumidor será diferente, mas todos os elos da cadeia precisam estar organizados para atender esse cliente”. Nesse sentido Marcos acredita na valorização do mercado local. “O mundo globalizado é excelente, mas até que ponto é prejudicial ou vantajoso. Não precisa buscar tudo lá fora, todos estamos bem servidos no mercado interno”. Adriana aposta que o tempo dentro de casa será um divisor na mente dos consumidores. “As pessoas vão dar mais valor aos ambientes e vão investir nas necessidades. Esse é um momento que vai reverter em consumo. Tudo vem de um processo e vamos evoluir na cadeira”. Sabrina aposta na cadeia colaborativa para impulsionar o mercado. “Tem muita oportunidade para a cadeira do décor. A gente está dentro de casa. Temos que construir a ponte juntos e o NCD une esses elos”. Marcos acredita que recuar um pouco é sinônimo de estratégia. “Vamos dar um passo para trás e nos estruturarmos para fortalecer a cadeia. Um precisa do outro para crescer junto. Ninguém poderá mais trabalhar sozinho numa bolha”. Pensar no coletivo também faz parte das ações da Docol nessa fase da pandemia. A empresa criou a campanha ‘Lavo minhas mãos’ para conscientizar a população. A doação de 4 mil torneiras que são acionadas por toque e cessam a água de maneira automática foram doadas para centros de triagem e hospitais. “A cadeia colaborativa também é uma responsabilidade social”, finaliza Sabrina.  

 

O conteúdo das lives está disponível na plataforma digital do Núcleo Catarinense de Decoração: ncd.com.br/escola. Acesse e fique conectado. 

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