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A arquitetura do futuro

25/09/2020 - Texto: Schayla Jurk / Locução: Roberta Dietrich

Feliz 2050! Adoro recomeços. O ano acabou de surgir e temos 365 dias pela frente. O planeta já está habitado por 9,7 bilhões de pessoas. Quando paro para pensar a população é 26% maior na comparação com 2020. Aliás, me lembro tão bem deste ano em que uma pandemia parou o mundo. A Covid-19 mudou nossas vidas e a crise sanitária sem precedentes mudou muitos valores da minha geração. O coronavírus funcionou como um acelerador de futuros. E agora 30 anos depois vejo que as mudanças nos trouxeram para um outro patamar de vida. Quando conto essa história para minha filha, ROOBA, parece tão surreal perceber todas as mudanças na política, economia, gerenciamento de negócios, e a relação com a cidade e o espaço público. Esse capítulo que encerrou de vez muitos hábitos do século XX é decisivo para muito daquilo que a gente vive hoje. Neste ano a ROOBA vai cursar arquitetura e urbanismo e você aí, que ainda está em 2020, consegue imaginar como está tudo aqui e quais são os desafios da minha pequena estudante? Ah! Eu resolvi embarcar nesta máquina do tempo e voltei para o passado porque quero muito te contar sobre o teu futuro. 





Em 2050 a inteligência artificial está incorporada em todos os sentidos e aspectos da vida e contribui para um mundo habitável e sustentável. As mudanças climáticas e os desafios de acesso à moradia estão diretamente relacionados às inovações tecnológicas. A inteligência artificial já transformava a maneira de projetar casas e edifícios em 2020, mas trinta anos depois já é uma teoria consolidada e os sistemas computacionais realizam tarefas que há 30 anos normalmente exigiam o recurso humano.




Alex Hern descreve no artigo Technology in 2050: will it save humanity – or destroy us? publicado no The Guardian que  desde táxis aéreos à cidades inteligentes, a inteligência artificial chegou para ficar, transformando para sempre a maneira como nos relacionamos uns com os outros e com o mundo que nos cerca. “Sua aplicação permite entender sistemas abertos, não lineares e imprevisíveis, reconhecendo o comportamento da cidade como um fenômeno emergente. Isso, por sua vez, nos ajudará a concentrar cada vez mais em questões de resiliência, de manter as características do sistema que sustentam o ecossistema e a função humana, em vez de alcançar uma condição específica de parâmetros fixos, incluindo densidade, mistura funcional, população, número de andares nos prédios”, disse Justyna Karakiewicz, professora do Instituto de Sustentabilidade e Sociedade da Universidade de Melbourne, que conduz o projeto "Complex adaptive systems and rule-based design: applications in architecture and urban design.




Em 2050, micro sensores e outras tecnologia urbanas são capazes de registrar a qualidade do ar em tempo real e os níveis de poluição sonora. Isso tem impactos importantes na infraestrutura das cidades.  “Uma ferramenta como esta, quando compartilhada com os cidadãos, poderá facilitar a identificação das principais fontes de ruído em uma cidade ou bairro, permitindo que os planejadores possam tomar melhores decisões para mitigar as consequências de tais fenômenos”, explica Bettina Zerza no artigo The Urban (Un) Seen Artificial Intelligence as Future Space. A inteligência auxilia a construir cidades eficientes e os arquitetos já não têm mais o desafio de pensar projetos que transformam o deslocamento e os relacionamentos uns com os outros. A IA já sacramentou novos processos criativos e novas relações sociais. 





Aqui no futuro os espaços comerciais são sinônimo de uma experiência sensorial e são essencialmente centros de lazer. A especificação é essencialmente por e-commerce e Omnichannels. Estamos numa era em que o comércio, indústria e serviços incorporam todas as vantagens do virtual. Em 2050 a informação é compartilhada em segundos, a robotização é algo da rotina e os investimentos são essencialmente em máquinas que contribuem com as tarefas do dia. O arquiteto lida diariamente com o avanço da tecnologia, cidades e casas inteligentes, robotização e uma relação quase unificada do homem e máquina. 





A atuação de arquitetos de designers continua sendo baseada nos projetos com especificação de produtos eficientes que consideram as melhores soluções de luz, acústica e um instalação elétrica e hidráulica bastante complexa para os padrões de 2020.  O avanço de trinta décadas considera que uma construção só é válida com o mínimo de impactos ambientes. As ferramentas para projetos que levam em conta todas essas premissas trazem agilidade, integração e assertividade. Aqui no futuro, estacionamentos e postos de abastecimento de veículos elétricos são comuns e dividem um certo espaço com tudo aquilo que traz tranquilidade para a mente e o corpo como hortas comunitárias e em espaços ociosos que estimulam o compartilhamento. 




“Ninguém sabe de fato o que vai acontecer até 2050, mas provavelmente tudo aquilo que hoje é fundamental na maneira como nos deslocamos por nossas cidades, irá se transformar radicalmente ou deixará de existir. Ao mesmo tempo, empresas como a Uber e a Volocopter estão apontando em direção ao céu, sugerindo que o futuro do transporte não estará mais vinculado ao chão ou até aos trilhos suspensos sobre nossas cabeças. Ambas empresas estão trabalhando no desenvolvimento dos primeiros vertiportos ou hubs aéreo do mundo. Tentando prever como serão as nossas cidades no futuro, parece que a terceira dimensão realmente poderá vir a ser uma solução transformadora”, explica Erci Baldiwm no artigo Como a inteligência artificial transformará a arquitetura até 2050. 






No futuro todos os prédios são adequados à normas de segurança, acessibilidade, aproveitamento de luz natural, energias renováveis e telhados verdes. As obras têm um padrão bem diferente daqueles que a gente via em 2020. “Os robôs trabalharão em equipes para construir estruturas complexas usando novos materiais dinâmicos. Os elementos da construção serão montados automaticamente. Drones voando sobre a cabeça varrerão o local constantemente, inspecionando o trabalho e usando os dados coletados para prever e resolver problemas antes que eles surjam, enviando instruções para guindastes robóticos e escavadeiras e construtores automatizados sem a necessidade de envolvimento humano. A função do supervisor humano será gerenciar remotamente vários projetos simultaneamente, acessando visuais 3D e 4D e dados das máquinas no local, garantindo que a construção prossiga conforme as especificações. As poucas pessoas que acessam o próprio site usarão exoesqueletos aprimorados por robôs e usarão tecnologia de controle neural para mover e controlar máquinas e outros robôs no local” é a descrição do artigo Innovation 2050 - A Digital Future for the Infrastructure Industry. Os futuristas aqui em 2050 já preveem que um novo método de construção deve surgir em meados do século XXI. “ Em vez de humanos e máquinas pesadas, bactérias geneticamente modificadas estão agora trabalhando em canteiros de obras. Este método é denominado bio-impressão 3D” descreve Terráqueo nas premonições do site Earth 2050.





Aqui no futuro a gente trabalha em casa ou no escritório. A pandemia de 2020 já tinha mudado os sistemas de produzir, mas de lá para cá a holografia e a realidade virtual mudaram ainda mais a forma como nos relacionamos. A ROOBA vai aprender a criar e apresentar projetos usando Projeção Digital, visualização arquitetônica em dimensões e design de imagens 3D e 4 D. As ‘maquetes’ são realistas e nos levam para dentro de casa, tudo virtualmente. “O acesso a novos materiais de construção permite que os arquitetos revejam até princípios antes inabaláveis. As fachadas foram substituídas por janelas panorâmicas porque o vidro inteligente agora pode regular a temperatura interna, eliminando o efeito estufa”, descreve David Brin no site Earth 2050. Os projetos organizam a vida em espaço esteticamente bonitos, mas extremamente funcionais. 





Acho que agora você já tem uma ideia de como será a vida daqui a 30 anos. A nossa conversa está muito legal e estou muito feliz em compartilhar a realidade da arquitetura e do design em 2050, mas agora é hora de voltar para o futuro. Eu te espero lá! Até mais. 




E você, o que espera da arquitetura do futuro? Conte pra gente nos comentários.



Fontes para o texto:

Radar do Futuro

Archdaily

UOL

The New York Times

The Guardian

Earth 2050

Revista Exame

 

Direitor autorais das fotos:

Deportation, Tel Aviv

 Sou Fujimoto, TOTO GALLERY · MA, de Tóquio

Jornal Correio do Povo

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