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Como sairemos da pandemia...

17/04/2020 - Equipe NCD

Como será a vida pós-coronavírus? Como serão as nossas relações de afeto? O mercado de trabalho estará lá esperando pela gente do mesmo jeito que deixamos na metade de março? O nosso consumo será mais consciente? A nossa casa tem um novo significado? Vamos imaginar que daqui alguns meses a pandemia já não desperte tantas incertezas, vamos ter coragem de continuar os mesmos? As respostas ainda não são certeiras, mas ouvimos em dezenas de lives com conteúdo que cria conexão, desde o início da quarenta, a opinião de especialistas que nos ajudam a enxergar os pontos positivos em que a vida vai mudar e os caminhos que podemos seguir para uma nova forma de viver.

 

 

Gestão de crise

 


Ana Paula Ruschel – jornalista e sócia na Oficina das Palavras Assessoria de Imprensa e Conteúdo

 


Roberta Dietrich – jornalista e gerente executiva do NCD

 

A ponderação entre medidas sanitárias e econômicas é essencial durante o avanço do coronavírus e nessa atuação contenciosa surge o desenvolvimento de planos de gestão de crise de uma situação completamente nova e com muitos desafios. As crises têm início, meio e fim e nesse período a gestão passa pela comunicação porque efetiva as decisões de um comitê. Ana Paula Ruschel revela que a crise pode ser ampla ou pequena dentro de uma empresa. Quando a crise surge é preciso agir porque não há tempo para pensar. “Uma vírgula errada numa mídia digital pode ser uma crise. Vamos imaginar os cenários de crise porque isso facilita na tomada de decisões”. Roberta Dietrich acredita que o primeiro passo é tomar ciência do problema e aceitar que será afetado. “Chegou o coronavírus e temos que aceitar que isso vai nos afetar. Toda economia vai sofrer de um jeito ou de outro”. Depois de um período inicial de choque, é o momento de prever as próximas ações. Ana reforça que neste período as empresas não podem ficar fechadas num casulo. O que fazer para contribuir com o cliente para sair dessa situação? Roberta acredita que reunir um time decisivo e forte para criar um comitê de crise dará segurança para o público interno e externo. Ana é incisiva: “tome medidas imediatas”. Separar o emocional do profissional também é crucial nessa fase. A implantação de um conceito de gestão de crise significa atuar num trabalho de endomarketing, uma estratégia de marketing institucional voltada para ações internas na empresa. Ana acredita que utilizar cases positivos e negativos é uma ação importante para identificar estratégias. “Estuda e pesquisa para encontrar soluções”. Roberta define que trabalhar com fontes confiáveis traz credibilidade. Por isso, planeje “comunicar muito e o tempo todo porque tem público para todos os setores”, destaca Ana. As jornalistas sugerem que buscar um especialista em cada área é o princípio para montar uma equipe capacitada para estruturar um plano de gestão. “O melhor improviso é o ensaiado. A comunicação com fluidez é planejada”, acredita Ana. Isso significa manter um padrão e um cuidado com o público. “A gestão de crise é criar soluções com planejamento por tentativas e erros para encontrar respostas assertivas”, destaca Roberta. É dessa maneira que as jornalistas acreditam que inicia o ciclo de reinvenção e a capacidade de olhar lá para frente e perceber as lições e os aprendizados para conquistar resultados positivos.

 

 

Tecnologia


Renata Pena, especialista em estratégias para o mercado de arquitetura e design.

 

O avanço da pandemia do novo coronavírus transforma as relações de consumo. Nesse momento de quarentena a presença digital é um recurso importante para uma atuação estratégica. “O Covid-19 veio provar que o mundo é um só e estamos todos interligados. Não existe isolado”. A pandemia acelera a interação com os meios digitais, modificando a gestão nas empresas. Renata Pena destaca que não podemos depender apenas de um único caminho. Desenvolver um plano B nesse momento é pensar na presença digital. O coronavírus traz mudanças fundamentais em nossa vida de aprendizado sobre a tecnologia. O mercado da arquitetura focou no instagram, mas a presença digital não significa apenas apostar num canal. Estimular o cliente é criar vários canais de comunicação. A rede é social. “Ser presente digitalmente em todos os momentos do cliente. Você ter vários canais significa encontrar o arquiteto e interligar os meios”.  Um novo olhar para o potencial da tecnologia é criar empatia com o público. Os usuários do instagram são diferentes do twitter. Será que meu público não está no twitter? A consciência da importância da conexão facilitará a identificação do consumo das pessoas em cada rede. “Na arquitetura é interessante apostar no site, mas também dispender energia nas publicações tradicionais. Porque essa ação facilita a busca no google e faz com que seja encontrado pelo cliente. Isso é iniciar uma presença digital consistente. “Como eu identifico o público do meu escritório? Existe uma deficiência estratégica de comunicação com o cliente. O instagram é uma ferramenta que exige uma posição assertiva para criar um conteúdo consistente para o futuro cliente”. Esse processo de identificação começa com a análise dos principais clientes que existem em comum na rede social do arquiteto. Esse é o princípio que cria o desenvolvimento de persona. Renata também destaca que olharmos de uma nova maneira criteriosa para as alternativas da tecnologia é planejar uma publicidade paga como estratégia importante de presença digital. A possibilidade de muito aprendizado inclui o entendimento do potencial da hashtag. “A única forma de crescer no instagram é usar hashtag ou geolocalização. As parcerias também são um formato eficiente para alavancar a presença digital”. Durante este momento tão desafiador, Renata sugere investir no aperfeiçoamento das ferramentas para colocar em prática os aprendizados e técnicas da presença digital.

 

 

 

Comportamento

 

Paulo Mâncio, vice-Presidente de Design e Construção da AccorHotels na América do Sul.

 

O isolamento por causa do coronavírus vai provocar a adoção de novos comportamentos e vai ensinar a nos transformarmos rapidamente. A pandemia está modificando as relações humanas que também vai transformar as empresas e adoção de novos hábitos que indicam novos modelos de negócios, principalmente na rede hoteleira em todo mundo. O grupo AccorHotels nesse momento tem entre 80 e 85% dos hotéis fechados por questões econômicas, pela ausência de clientes e também porque é muito perigoso operar com apenas um ou dois clientes. Enquanto, os hotéis não voltam a operar a estratégia está norteada por três ações: ser muito mais flexível, ser mais inteligente e ser resiliente. Paulo Mâncio acredita que isso indica uma revisão nas estruturas de trabalho e na forma de compreender o cliente. “O profissional vai ter que colher bons frutos, ressignificar, pensar direito, entender melhor o cliente e fazer boas leituras. Com certeza, ele sairá muito melhor dessa crise’’. A partir dessas perspectivas vários setores estarão unidos para caminhar em direção a um rumo comum. Na rede hoteleira, por exemplo, a sanitização dos apartamentos exigirá um piso diferenciado que aceite o produto para limpar o apartamento e não danificar o espaço. Até hoje a maioria dos banheiros era limpo a seco, mas esse sistema não funcionará mais porque exigirá o uso do detergente. Essa estratégia para limpeza efetiva dos espaços e os tipos de produtos são parte de uma reflexão que já está acontecendo no universo corporativo. Toda cozinha na rede Accor tem um piso antibacteriano. Os vasos sanitários também são preparados com elementos de sanitização. Tudo isso terá uma extensão ainda maior depois da crise e Paulo avalia que essa é uma oportunidade para a cadeia do fornecimento de produtos e sistemas de limpeza apresentarem alternativas. “Tudo isso fazendo parte da nova cultura teremos que inserir nos projetos que já existem para adequar aos novos hábitos”. Esse exemplo traduz a necessidade de revisar hábitos e comportamentos que surgirão com a pandemia. Isso também significa estar preparado para as demandas que aparecem repentinamente que farão parte da rotina da população. O futuro Paulo Mâncio projeta num cenário otimista, mas isso dependerá do comportamento da população que indicará uma retomada e prefere acreditar que a partir de julho viveremos num mercado que ficou represado e isso será impulsionador de uma volta com muita potência e um segundo semestre robusto.

 

O conteúdo da lives está disponível na plataforma digital do Núcleo Catarinense de Decoração: ncd.com.br/escola. Acesse e fique conectado. 

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