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GESTÃO DE RISCOS EM OBRAS: um novo desafio com a pandemia do coronavírus

01/05/2020 - Equipe NCD

Os riscos no canteiro de obras são preocupação frequente, apesar de todos os esforços com a segurança do trabalho. Identificar as possíveis ameaças e oportunidades na construção do projeto reduz os impactos e reforça as medidas de controle para um eficiente planejamento de todas as etapas. A gestão dos riscos possibilita visualizar as possíveis medidas para contornar a situação e servirá de norte para identificar os problemas e soluções já no projeto. 





 

A indústria da Construção Civil é setor importante da economia e impulsiona significativamente toda a cadeia do décor em Santa Catarina, mas também é muito dependente de mão de obra. Diante desse cenário, a arquiteta de Florianópolis, Taís Marchetti Bonetti explica que os principais pontos negativos numa gestão de obra são os acidentes, o contato com materiais nocivos à saúde, os movimentos repetitivos, movimentos com muito esforço e peso excessivo. Além disso, Taís destaca a importância do planejamento físico financeiro que não são cumpridos em função de terceiros podem caracteriza  riscos técnicos e legais, greves, crises, flutuação de preços de insumos, falhas de projetos,  problemas de saúde: exemplo “pandemias”.


 


É nesse cenário da pandemia do coronavírus que o ritmo acelerado do setor da construção civil mudou e os colaboradores do ramo passam por adaptações no sistema de trabalho. Um novo capítulo é introduzido na gestão de riscos em obras e a saúde dos trabalhadores é ainda mais essencial, assim como os equipamentos de segurança. Os cuidados com a vida dos trabalhadores da construção civil são rotineiras, mas agora com um vírus de fácil contágio medidas específicas são adotadas por empregadores como forma de prevenir e diminuir o contágio da COVID-19 e promover a adoção de medidas protetivas aos trabalhadores.


  


No entanto, o impacto da pandemia na gestão de obras traz também consequências para arquitetos e designers que utilizam o sistema de acompanhamento in loco. O relato do arquiteto Daniel Romanelli de Xaxim no Oeste de Santa Catarina evidencia essa nova rotina. “ A gente fica muito atrelado a execução e processos da obra, desde o projeto até a fase final. Com essa pandemia a gente percebe que muita coisa se perde no processo. Internamente não chega a ser positivo, mas também não é negativo. O trabalho Home Office permite dar sequência ao trabalho. Na gestão de escritório esse modelo funciona para manter os processos. Já na obra muita coisa se perde em detalhes de acabamento, de execução. Não estar na obra ou em períodos reduzidos torna complicada a qualidade na execução”.


 



Desta forma, profissionais da arquitetura e design junto com os especialistas da área da construção civil constroem um novo modelo de trabalho, identificando riscos de um projeto por meio dos registros de situações que são comuns e também esses novos desafios que surgiram a partir da pandemia. Taís Marchetti Bonetti tem a experiência e a vivência de anos do gerenciamento de obras dos projetos criados no escritório e revela que o ponto positivo é a satisfação do cliente e dos próprios arquitetos em receber as obras executadas exatamente conforme os projetos.  Hoje, Taís e toda equipe do escritório conta com a parceria de uma especializada em gestão de obras. A presença, agora mais escassa durante a pandemia, e a execução fidelizada também são pontos importantes para Daniel Romanelli. “Eu acho muito complicado fazer projeto a longas distâncias, quando tu não consegues estar na obra para acompanhar o processo. Isso para a gente está sendo um ponto negativo: não poder estar na obra. O maior ponto negativo da pandemia na execução de uma obra é a falta de frequência e o contato mais próximo com os executores”, explica Daniel.



 


O fato é que a eliminação de todos os riscos é uma tarefa bastante improvável, mas a possibilidade de prever ações que constantemente alcancem o máximo de segurança com a adoção de normas, regulamentos e controles internos trará as oportunidades de uma gestão qualitativa. Dessa forma, os profissionais arquitetos e designers apostam nas decisões fundamentadas e efetivas para criar já nos projetos os critérios e limites para delinear os níveis de risco admissíveis no canteiro de obras que incluem os efeitos positivos.



A partir dessa gestão surgem as oportunidades que trazem redução de tempo e de custo, melhor desempenho, aumento de reputação. Identificar esses pontos positivos é potencializar “fidelização de público alvo, detenção de conhecimento específico para atuação em determinado segmento (ex: execução de projetos de lojas em Shoppings ), estabelecimento de uma rede comprometida e qualificada de fornecedores que estarão prontos a entregar sempre seu melhor produto/ serviço e poder contar com um grupo de profissionais e fornecedores comprometidos no momento da execução e no pós venda”, reforça Tais. 

 


                                                           

Em meio ao funcionamento dos canteiros de obras durante a pandemia da covid-19 em todo o país, os riscos positivos têm novos elementos. O conceito e a compreensão deste momento criam oportunidades para um envolvimento maior com a gestão da obra, mas que evite a presença física, inclusive do arquiteto e do designer. A utilização de metodologias que até então eram pouco aplicadas é primordial para o sucesso de futuros projetos. Uma maneira de apostar no benchmarking (referências) com a análise estratégica aprofundada das melhores práticas. E nesse caso o exemplo vem do Oeste do Estado. Daniel Romanelli conta que já encontrou uma maneira de melhorar o processo da gestão de obras. “O ponto positivo é a busca por ferramentas que possibilitam a gestão da obra. A partir desse desafio a gente até conversa mais com as pessoas e troca mais ideia verbal através de vídeo. Isso permite uma interação interessante com todos os elos do processo”. 





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