A arquitetura e o design das fantasias, assim como dos carros alegóricos nas escolas de samba, são uma celebração da criatividade e da fusão de técnicas artísticas, dos traços e formas.
Uma incrível complexidade, que vai além do simples figurino ou veículo de desfile, a arquitetura do carnaval transforma roupas e carros em obras de arte que capturam a imaginação do público. As fantasias de carnaval são estruturas elaboradas que representam histórias, mitos e temáticas. O design dessas roupas parte de princípios arquitetônicos como a proporção, a simetria, a assimetria e a escala, que são essenciais para garantir harmonia e impacto visual. As peças, muitas vezes, envolvem o uso de formas geométricas e orgânicas que criam volumes em três dimensões, fazendo referência à maestria das construções arquitetônicas. Tecidos, penas, e metais são manipulados de forma que as fantasias tenham presença e movimento.

Assim como a arquitetura lida com a relação entre o espaço e o ser humano, as fantasias também são projetadas para interagir com o corpo do dançarino. As peças precisam ser ao mesmo tempo leves e imponentes, mantendo a mobilidade do indivíduo, mas sem perder o impacto visual. Detalhes exuberantes como brilhos, cristais, plumas e materiais cintilantes remetem a certos princípios arquitetônicos que exploram a luminosidade, a textura e a dinâmica entre o natural e o artificial.
Já os carros alegóricos representam a grandiosidade e forma que expressam conceitos arquitetônicos nas construções. Os veículos são projetados com uma escala monumental que reflete o uso de grandes volumes arquitetônicos. As construções de carros de samba são feitas para impressionar, utilizando a altura e a largura de maneira estratégica, criando uma sensação de imersão no público. A iluminação é um elemento essencial tanto na arquitetura quanto nos carros alegóricos. Um processo para destacar formas e volumes, criar atmosferas e intensificar a experiência sensorial do espectador. Além disso, o uso de luzes piscantes e neon pode remeter ao uso de fachadas iluminadas em construções modernas.




A construção dos carros de samba exige conhecimentos técnicos e engenhosidade arquitetônica e de engenharia, para que suportem o peso das estruturas, das fantasias e das pessoas. A técnica de construção de alegorias muitas vezes utiliza materiais leves, mas resistentes, como aço, madeira e isopor. Assim como na arquitetura, os carros alegóricos são construídos a partir de um conceito que, por meio de símbolos, cores e formas, transmite uma mensagem ou narra uma história. O processo de criação envolve a integração de várias disciplinas artísticas, como a escultura, o design gráfico e o urbanismo, criando um espetáculo visual.
Neste conceito, o talento de arquitetos e designers de carnaval é uma união das funções estéticas e funcionais. O carnaval é uma expressão cultural e também um espaço urbano temporário onde cada elemento, seja uma fantasia ou um carro alegórico, ocupa um lugar estratégico no desfile, criando uma narrativa que flui e se interconecta.


Assim como um prédio se conecta com a paisagem urbana, as fantasias e os carros alegóricos se integram ao sambódromo, interagindo com a multidão e com o ambiente ao redor. A arquitetura do carnaval é, portanto, uma manifestação de criatividade e estrutura em que as técnicas arquitetônicas se traduzem em alegria, cultura e magia.
